sábado, 2 de julho de 2011

VI A MÃO ESTENDIDA I

           Ao me dirigir aos leitores deste jornal a serviço da comunidade, preciso agradecer primeiro o convite que me foi feito por Mário Dutra e Carlos Oliveira para fazer uma coluna semanal. Como ponto de partida, vou usar uma prece. As palavras que hoje precisam ser repetidas por quem realmente quer bem a Viamão estão resumidas nesta oração de São Francisco. Independe da tua religião. Não tem nada a ver com o teu partido. Nem há relação com algum movimento comunitário. São palavras que devem ser pronunciadas em voz alta ou meditadas em silêncio e repetidas em grupos pequenos ou grandes. Tanto faz. É uma prece universal. É independente. É espiritual mesmo. Transcrevo esta oração que pode ser repetida por qualquer cidadão. Basta ter o coração aberto. São frases que irradiam energias superiores, tanto para cristãos, como para não cristãos. Para budistas, umbandistas e espíritas. Para crentes e ateus. Já digo logo que a maioria dos nossos “ateus” acredita no Deus-Vida, mas rejeitam aquele deus severo que lhes foi ensinado quando criança. Cada um traduz as frases humanistas dessa prece como achar melhor. Eu me considero hoje um cristão além das fronteiras. É urgente formarmos uma corrente só: de pensamentos que ultrapassam interesses materiais. Essa corrente superior jamais pode ignorar denúncias de graves equívocos administrativos de ninguém. Seria um sinal de maturidade cidadã se esta corrente começasse lá no grande e caríssimo Pórtico de entrada, recém levantado! Justamente para evitar que os outros pórticos sejam levantados nesta época de crise. O povo todo deve ter oportunidade de se manifestar. Essa corrente só pode dar resultados positivos com a presença dos viamonenses críticos e questionadores em condições de se manifestar sem ódio, sem violência. Temos direito de saber o que já foi enterrado nos últimos decênios com gastos supérfluos no nosso município com o objetivo de evitar outros desperdícios.
            Já vou dizendo logo, desde este meu recomeço no Jornal de Viamão, que a eleição de 2012 não pode ser reduzida a uma guerra do Bem contra o Mal. Isso é idiotice. É retrógrado demais continuar dividindo a sociedade entre as elites, ou caciques, que sabem tudo melhor e os pobres coitados, subservientes que só servem para produzir. Lembram-se da Patricinha fascista que falava dos vagabundos nordestinos que só sabem fazer filhos vagabundos para ganhar uma bolsa 171 e assim humilhar milhões de brasileiros? Os radicais reacionários espalham a afirmação estúpida que os pobres nem sabem votar. Rachar o mundo entre os que só querem mais dinheiro e mais poder e os que lhes obedecem é o objetivo do modelo capitalista.  Esse rachão secular é perverso. As elites do poder adoram o deus-do-puro-lucro e muitos assalariados - inclusive aposentados - também estão ajoelhados diante desse deus e não estão dispostos a se levantar.
         Eu só acredito no Deus Pai-Mãe que sempre dá uma nova chance a todos para viverem com dignidade, mas em todos os casos, observando rigorosamente a lei. É hora de incentivar no Brasil inteiro essa vontade de recomeçar. Todos, de mãos estendidas. Essa corrente de consciência limpa é capaz de derrubar qualquer ditadura, seja ela da Esquerda, do Centro ou da Direita. A nossa sociedade brasileira continua sendo dominada por ditaduras, comandadas por elites fundamentalistas-ignorantes de todas as cores, que só tem uma preocupação: manter a passividade do povo. Criam programas que só pretendem esgoelar a santa indignação contra a omissão e a mentira. É hora de unir os questionadores que sabem respeitar opiniões diferentes. Unir, criticar e abrir novos caminhos! Não com o objetivo de fazer um sopão político indigesto e, sim, quem sabe, de sonhar com a criação de um novo Partido, sem os vícios dos atuais. É certo que não servem bate-papos informais e menos ainda bate-bocas dos que só pensam em conquistar o poder, derrubando adversários.  Tem que ser um papo novo, um PARTIDO do ACORDA POVO – P.A.PO. Se não houver uma participação maciça do povo, é óbvio, que vamos repetir o papo furado de certos políticos que se esquecem de servir a causa do povo mais sacrificado. Alguns caciques vão ter que fazer primeiro um curso de escutatória em vez de impor suas verdades. Alguns? Ou são muitos? Inclusive, nós!
           Esta oração pode desencadear um debate político profundo - não partidário - se der como resultado ações bem concretas.
“Senhor, fazei-me instrumento da vossa paz! Onde houver ódio, que eu leve o amor;/ onde houver ofensa, que eu leve o perdão;/onde houver discórdia, que eu leve a união; onde houver dúvida, que eu leve a fé;/onde houver erro, que eu leve a verdade;/onde houver desespero, que eu leve a esperança;/onde houver tristeza, que eu leve a alegria;/onde houver trevas, que eu leve a luz;/Ó Mestre, fazei que eu procure mais consolar:/ compreender, que ser compreendido;/amar, que ser amado. / Pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se vive para a Vida eterna!”
          Quem não tem uma visão espiritualizada do Universo tenta fazer a sua interpretação pessoal desta oração. Para os agnósticos, Vida eterna talvez seja baboseira. Então, mude a expressão para Vida melhor para todos!  
           Na próxima semana será publicada  VI   A   MÃO   ESTENDIDA  II

                                                                                Dirk Hesseling
                                                                                hesselin@brturbo.com.br

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